Algo eu digo:

sábado, 23 de maio de 2009

Por que eu escrevo

O que nos diferencia dos outros animais é a capacidade de nos indignar - e o que nos assemelha aos vegetais é o "não fazer nada, entretanto". Não sou animal nem vegetal: sou alma inquieta e coração pulsante. Sou cegueira pelo tanto ver, a surdez por nada ouvir e rouquidão por tanto calar. Que a escrita cure meu tato, então. Que veja, escute e fale por mim. Que cada toque da caneta no papel seja um golpe desferido àquilo que me atormenta. Que meu paraíso esteja nas entrelinhas de cada verso, que meu futuro esteja conjugado em cada verbo e que eu fale até minha voz curar minha surdez. Salvo a mim primeiro, para depois salvar o que restar: eis meu arrebatamento.

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